terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A DESCRENÇA DA FÉ.



Na Idade Média os países da Europa passavam por transformações ideológicas, políticas, sociais que acabaram por influenciar a vida religiosa. O poder estava nas mãos de uns poucos “bem nascidos”, cerceados pela Igreja, enquanto que, a massa populacional era explorada. Quando se falava em nome de Deus, pensava-se na Igreja como sua representante legal.
A Igreja marchava nesse processo evangelizador de manifestar e assegurar “o reino de Deus” aqui na terra. Essa expressão passou a ser sinônimo de “reino da Igreja”. Partes dos monarcas eram fantoches a serviço “do reino de Deus”. Asseguravam a ordem social e econômica enquanto, a propagadora da mensagem celeste “acalentava seus fiéis com mensagens de segurança”. Eles diziam: - “Contribuam! E seus parentes amados terão uma feliz estadia nas cortes celestiais. Ajudem-nos construir catedrais e não enfrentarão os tormentos do purgatório”.
Em nome da fé mantiveram seus fiéis cativos, exploraram a boa fé dos incautos e focalizaram seus esforços no sentido de “cristianizar” o mundo.
Cansados deste cristianismo déspota, mundano e sedento por poder, certos indivíduos romperiam com “os laços fraternos da Mãe dos fiéis” - A Igreja. Estas pessoas dariam início ao que conhecemos como Reforma protestante. Eles mudariam não apenas o cenário religioso da Europa, mas do mundo. Tudo isso só foi possível graças à descrença da fé.
Eles enfrentaram concílios, dietas, inquisidores, fogueiras, tudo porque a institucionalização da fé nos moldes deste cristianismo sem Cristo, desta fé sem esperança, deste evangelho sem necessidade de arrependimento. Era o clamor por mudanças, era o suspirar por uma igreja mais humanizada, e não mundana.
            Após séculos nos deparamos com a reprise da história.  Não mais uma Igreja católica romana, porém, uma igreja protestante que segue em marcha vitoriosa, crescente e portentosa. Por ironia do destino, aqueles que mudaram o mundo, que transformaram a história, agora tendem a repetir a lúgubre marcha fúnebre da igreja na Idade Média.
            São “Papas” nas igrejas, são oradores ávidos por poder em seus púlpitos, são mentes a serviço dos desprazeres. Novamente acalentados pela inanição do povo, pela imaturidade de certos líderes leigos, pelas conveniências pessoais. Há entre os evangélicos/protestantes certo otimismo motivado pelas recentes pesquisas do IBGE, que revelam crescimento numérico. Infelizmente, tais pesquisas não revelam certas verdades.
Estes números expressam quantidades e não a qualidade de vida espiritual deste povo. As condições socioeconômicas e políticas dos brasileiros favorecem o crescimento do evangelicalismo e parte da teologia da prosperidade que declara: “Quando mais você oferta a Deus, mais bênção ele derrama sobre você.” Enquanto catedrais são construídas em nome de Deus para ostentar o orgulho pessoal de determinados líderes que deveriam ser guias e não lobos ávidos pelas economias de incautos e despercebidos, centenas e milhares de pessoas continuam sedentas pela mensagem de Deus.
No entanto, este Deus que anelam é o Deus da graça redentora, do amor verdadeiro, Abençoador das almas moribundas e Justiça dos aflitos! Faz-se necessário soerguer vozes impolutas, audazes e cheias de misericórdia. É preciso de novas atitudes, de novas ações, sem, no entanto, esquecer-se da antiga mensagem: Deus é amor!

2 comentários:

  1. Um livro revelador,com.um olhar criticos nos estatutos das conveniencias e nas famigeradas reconduçao de mesas diretores para perpetuar o poder e o sistema.

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