domingo, 4 de dezembro de 2011

O perigo da centralização de poder.



“No dia seguinte, assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até o por do sol. Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto que fazes ao povo? Por que te assentas tu só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até o por do sol? Respondeu Moisés a seu sogro: É porque o povo vem a mim para consultar a Deus”. Êx. 18:13-15.

O perigo da centralização de poder.
Jetro, sacerdote de Midiã, sogro de Moisés ao ouvir as notícias sobre o que Deus havia feito a Moisés e a todo o povo de Israel, resolve conduzir Zípora, sua filha e seus dois netos: Gerson e Eliezer ao arraial onde estavam os israelitas. Ao chegar aquele lugar perceber o quanto Moisés se desgastava em função da centralização das responsabilidades em torno de si e o mal que isso causava no povo.
Seu conselho a Moisés foi fruto da reflexão e análise do que ocorria próximo de si. Seu olhar perspicaz e amadurecido pelas vivências do pastoreio e da vida sacerdotal em Midiã lhe permitiu alcançar uma visão sadia sobre liderança.
Algumas lições podem ser extraídas desta passagem, vejamos:

1.    A capacidade de julgar os problemas dos filhos de Deus é imprescindível a todo pastor, isto é, aplicar os estatutos e leis de Deus as situações diárias de conflitos que venham existir no decorrer do exercício de liderança na comunidade dos santos, Êx. 18:13.
“No dia seguinte, assentou-se Moisés para julgar o povo;...”.

2.    Todo líder precisa manter firme em sua mente que o povo precisará ouvir os sábios conselhos de Deus para suas vidas, ou seja, precisarão consultar a Deus, Êx. 18:15.
“Respondeu Moisés a seu sogro: É porque o povo vem a mim para consultar a Deus”.

3.    Todo líder precisa representar o povo que liderar perante Deus, levando as suas causas ao Senhor, Êx.18:19.
“Ouve, pois, as minhas palavras; eu te a’conselharei, e Deus seja contigo; representa o povo perante Deus, leva as suas causas a Deus.”

Embora, todas estas prerrogativas sejam necessárias aos líderes dos exércitos de Deus, cabe aqui, porém, uma ressalva a liderança centralizadora pode causar muitos males aos líderes e liderados.
Existem muitos pastores exaustos, estressado, cansados pelas labutas do ministério cristão porque centralizam tudo em torno de si mesmos; sendo eles mesmos a causa de seus próprios males e o que é pior a causa de muitos males que afligem as igrejas em todo o Brasil.

Os males causados pela liderança centralizadora.
“O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes. Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo que está contigo; pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer.” Êx. 18:17-18.

1.    A desmotivação do liderados.
“Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo...”.

2.    O cansaço e fadiga dos líderes centralizadores.
“... Pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer.”

3.    A falta de acompanhamento adequado às necessidades dos grupos nas igrejas.
“Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez”.

O verso 21 deste capítulo dá-nos entender que não havia divisão no exercício da liderança, o que pode ter provocado inúmeras insatisfações nos diversos grupos.

Que a bendita Graça e o Santo Espírito Consolador possa nos guarda de exercermos a liderança centralizadora sobre as ovelhas que Deus nos concedeu. Que sejamos capazes de seguir os passos de nosso Mestre que escolheu líderes a quem confiou responsabilidades e de quem prestará contas nos tempo do fim.

                  Pr. Jones Douglas D. Lima. Th. D.

Competência e caráter as marcas da liderança cristã.


“Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; Põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez.” Êx. 18:21.

Competência e caráter as marcas da liderança cristã.
Sempre próximo ao final do ano os pastores procuram compreender a vontade de Deus para a escolha de líderes para exercício dos dons e talentos que possuem na vida cúltica da igreja.
Quais devem ser os critérios a serem usados pelos ministros para a escolha de novos líderes na comunidade cristã? A passagem em apreço declara alguns princípios que podem nos auxiliar nesta santa responsabilidade.
Na sociedade secular a escolha de líderes pauta-se pela competência do profissional a ser escolhido, onde outros critérios são relegados a segundo plano diante da competência do candidato. Os pastores devem escolher baseados unicamente no critério da competência, pois segundo o dito popular: em time que esta vencendo não se muda?
Jetro, sogro de Moisés ao observar o exercício da liderança de seu genro nota que tudo centralizava-se nele o que poderia causava fadiga, cansaço, estresse tanto a Moisés quanto ao povo que o aguardava para resolver seus problemas.

O que fazer? Quais princípios a serem utilizados?
Enquanto na sociedade as empresas escolhem seus candidatos para o preenchimento de vagas de liderança pela competência e resultados a igreja pode e deve lançar mãos de métodos alicerçados nos valores do reino de Deus.
            Jetro alista alguns princípios que nos auxiliarão na escolha de nossa liderança local.
1.    O caráter caminha junto com a competência, Êx. 18:21.
“Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza;...”.

2.    A delegação é de acordo com a competência de cada líder, Êx. 18:21.
“... Põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez.”.

3.    Os líderes podem ser escolhidos na comunidade local onde servem a Deus, Êx. 18:21.
“Procura dentre o povo homens...”.

Que o Santo Deus nos conceda a graça, iluminação e direção na escolha de novos líderes para compor o exército do Altíssimo.
Pr. Jones Douglas D. Lima, Th.D.

sábado, 3 de dezembro de 2011


SEGUE-ME...

“Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus  sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.” Mt.9:9.

Os acontecimentos desta passagem se deram em Cafarnaum, cujo significado é “aldeia de Naum”, cidade na Galiléia que ficava junto ao Mar da Galiléia na região Zebulom e Naftali que unia o Egito a Damasco, capital da Síria (Mt.4:13).
Os evangelhos retratam o chamado dos discípulos para o apostolado, entre os quais, pode-se mencionar Mateus Levi (Mt.9:9-13; Mc.2:1317; Lc.5:27-32). As informações a seu respeito são escassas, exceto pelo fato de que seu nome significa – Mateus: “Dádiva de Deus” e Levi: “Unido” e que era publicano.
Os coletores de impostos a serviço do governo romano era chamado de publicanos, pois cuidavam dos recursos públicos arrecadados por meio de impostos.
Faz-se necessário a compreensão correta da mentalidade judaica daquele tempo. Eles consideravam que somente o SENHOR era Rei e assim, digno de suas contribuições. Eles prestavam-lhe adoração, respeito e tributos; sendo-lhes extremamente insultante ter que pagar tributo em forma de impostos a César.
Compreende-se, portanto, o por quê de tantas hostilidades aos judeus que se prestavam ao serviço de coletar impostos a César. Eles eram considerados traidores do Senhor e mal vistos pelo povo em geral.
Não é por menos que eles estavam, segundo o pensamento daqueles dias no mesmo nível das prostitutas, pecadores e infiéis. Eram escórias da sociedade, pessoas que se acredita não haver possibilidades de arrependimento. Eram irreconciliáveis! (Mt.9:11; 18:17; 21:32;Lc.18:11).

É neste ambiente que Jesus dirige-se a Mateus Levi, dizendo:

... Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.” Mt.9:9.

Atender ao chamado do Senhor era um ato de marcante fé, pois:

1.    Ele enfrentaria o preconceito, Lc. 18:11.
ü  O senso de autojustiça dos fariseus os considerava escória do povo.
ü  Tornaram-se exemplo de pessoas distantes de Deus, Mt.18:17.

Como se percebe pelos textos os publicanos eram tidos como exemplos de pessoas irreconciliáveis a quem Deus tinha abandonado. Negando-lhes o direito ao arrependimento. Eles não eram aceitos nas sinagogas; andar sua companhia era sinônimo de péssima reputação, além do fato de serem indignos e impuros para os atos cerimoniais da religião judaica.
Sua jornada ao lado de Jesus de Nazaré seria árdua, difícil e dolorosa, mas ele decidiu levantar-se e segui-lo!

2.    Ele enfrentaria a insegurança perda da fonte de renda, Mt.9:9.
Ele teve que enfrentar o medo pelo amanhã, teve que superar os temores do desemprego. Deve ter sido muito difícil para Mateus ter que largar tudo. Deixar tudo para trás e seguir o Mestre tornou-se o seu grande desafio de fé.
O governo romano não teria difuldade nenhuma em substitui-lo na coletoria da cidade de Cafarnaum. Seguir a Jesus como apóstolos eram um ato de fé.

Ao escolher Mateus como seu apóstolo Jesus nos deu algumas lições:

Ninguém é tão irregenerado que não possa ser tocado pela chamado divino para segui-lo.

É preciso enxergar além das limitações humanas. É preciso vê além! É necessário acreditar que as pessoas por mais vis que venham ser podem ser mudadas pelo chamado divino e transformadas em novas criaturas. Esta verdade nos incentiva na prática da evangelização de grupos desacreditados por muitos a semelhança de Mateus. 

A marca de uma pessoa que atende o convite do Senhor é o abandono das práticas erradas, firmeza na verdade e confiança no convite do Mestre.


                                             Pr. Jones Douglas D. Lima, Th. D.