quinta-feira, 8 de março de 2012

A COMUNHÃO PODE MUDAR A SUA VIDA.



     Tendo chegado a Jerusalém, procurou juntar-se com os discípulos; todos, porém, o temiam, não acreditando que ele fosse discípulo. Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos; e contou-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e que este lhe falara, e como em Damasco pregara ousadamente em nome de Jesus. At.9:26-27.
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Havia se passado cinco anos desde a morte do Senhor Jesus. Parte dos discípulos estavam espalhados por causa da perseguição que sobreveio a Estevão (At.8:1). Neste momento da narrativa de Atos dos apóstolos, Lucas introduz um novo personagem que ocupará um lugar central na história da igreja primitiva: Saulo.
Seu curriculum causava impacto na vida dos estudantes de teologia rabínica daqueles dias por seu zelo e dedicação (At.22:1-5). Em nome da fé e da religião judaica perseguiu, maltratou, prendeu e humilhou (At.26:4-5,9-12) aqueles que eram conhecidos como “os do caminho” (At. 9:2).
Seu zelo desmedido e sua paixão cega pela religião o levaram a cometer desatinos em nome da fé (1Tm.1:13).
No seu afã de satisfazer os rigores das leis rabínicas lançou-se numa perseguição implacável contra os discípulos do Senhor (At.9:1-2).
Porém, o que ele não esperava era que o Senhor do caminho o aguardava para mudar sua vida para sempre.
Aquela jornada a Damasco seria única, irrepetível, algo inimaginável na vida deste religioso de Tarso, na Cilícia. O próprio Senhor Jesus o apareceu. Era um encontro magnífico, onde o perseguidor tornou-se servo leal daquele que perseguia.
A luz brilhou para Saulo de Tarso, tudo se fez novo interiormente. Porém, exteriormente as pessoas ainda o viam como o atroz carrasco dos que professavam o Caminho.
A sós numa terra distante com a vida completamente mudada, fora de seu controle rigoroso que tanto prezava no farisaísmo, resolveu voltar a Jerusalém (At.9:26) e recomeçar.
Não seria nada fácil enfrentar aqueles que antes eram seus aliados e encarar as famílias daqueles que havia perseguido, maltratado e prendido.
Era um daqueles casos de decisões em nossa igreja que tinha tudo para não dar certo. É neste momento que ressurge das páginas do escrito de Lucas aquele homem chamado José e que carinhosamente é apelidado pelos apóstolos de Barnabé (At.9:27).

QUEM ERA BARNABÉ?
Seu nome era José, que significa: “frutífero”. Recebeu carinhosamente o apelido dado pelos apóstolos de Barnabé (At.4:36). Era da tribo de Levi, natura de Chipre, a terceira maior ilha do Mediterrâneo depois de Sicília e Sardenha. Chipre distava 100 km a oeste da Costa síria. A ilha de Chipre tinha 225 km de comprimento e 97 km de largura. Sua população descendia de Caftorim, filho de Mizraim, neto de Cam e bisneto de Noé (Gn. 10:1, 6,13-14).
Barnabé significa: “filho do encorajamento ou da consolação.” A expressão que aparece em At.4:36 capta bem o significado do termo grego Barnabás – “Filho da consolação.”
Bem, voltando ao cenário da vida de Saulo, ele estava agora em Jerusalém, no centro de tudo. Os apóstolos e a igreja estavam ali diante dele.
No entanto, alguns ainda nutriam receio de que ele estivesse encenando sua conversão, afim de que pudesse descobrir mais segredos sobre eles (At.9:26).
Neste clima de desconfiança e medo surge Barnabé, levita natura de Chipre, apelidado de filho da consolação (At.4:36).
Foi este personagem o principal responsável pela aceitação de Saulo de Tarso no círculo dos discípulos e apóstolos em Jerusalém (At.9:27).
Estava diante de Barnabé aquele que viria a ser o maior e mais proeminente escritor do Novo Testamento. O que tornou possível a caminha de Saulo foi apoio que Barnabé lhe prestou.
O coração de Barnabé estava repleto de comunhão, ele esbanjava a alegria de conviver em paz, amor, tolerância.
Algumas coisas merecem nossa atenção na vida de Barnabé, vejamos:
ü A capacidade de compartilhar vida, At.9:27.
“Mas Barnabé, tomando-o consigo...”.
Tudo indica que Barnabé estava disposto a dividir sua vida com alguém, de compartilha-la com Saulo. Não pode haver comunhão sem desejo de se ter algo em comum outras vidas (At.2:44).

ü A capacidade de acreditar na mudança operada por Deus na vida das pessoas, At.2:26-27a .
“Tendo chegado a Jerusalém, procurou juntar-se com os discípulos; todos, porém, o temiam, não acreditando que ele fosse discípulo. Mas Barnabé, tomando-o consigo,...”
Precisamos seguir o exemplo de Barnabé e dar o voto de confiança as pessoas que acreditamos que Deus já as transformou.
Foi assim que a vida de Saulo foi mudada! Deus agiu poderosamente com sua graça salvadora e Barnabé foi o instrumento que promoveu a comunhão contagiante de Saulo de Tarso com a igreja em Jerusalém e os apóstolos, produzindo a glória de Deus (Gl.1:24; 2:9).

NOSSA ORAÇÃO:
“Senhor nos te suplicamos humildemente em nome de Jesus Cristo que nos ajude a agir como Barnabé, promovendo a comunhão onde houver a desconfiança e o ódio. Que sua graça bendita nos auxilie e nos fortaleça nesta tarefa promovendo a glória de teu nome.”


[1]Sociedade Bíblica do Brasil: Bíblia De Estudo Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005, S. At 9:31

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